domingo, 5 de outubro de 2014

Experiências de um estágio que (não) vão para o relatório

Quando eu era aluna do Ensino Fundamental, eu achava que ser professor era muito fácil. Quando fui para o Ensino Médio, vi que a vida deles não era assim. No Ensino Médio, tive professores que me ensinaram que ser professor não era fácil, mas tinha suas vantagens. 
Na faculdade, decidi por Letras. Uma futura professora de português. Um novo caminho abria-se diante de meus olhos, e lá estava eu, em 2011, em frente à fachada escrito "FAPA - Faculdade Porto-Alegrense", achando que meus problemas iriam se resolver sozinhos. Doce engano. Se existe algo que eu aprendi nesses 4 anos de faculdade (e ainda falta mais 1), foi que as coisas não são fáceis. Também aprendi que 24 horas é pouco para as coisas que você tem que fazer.
Enfim, na reta final, finalmente começam os estágios. Quando fiquei na frente de mais ou menos 30 alunos, eu pensei: "é agora".
Uma professora minha na faculdade, a Cláudia, me disse que ás vezes você iria sair da sala com uma sensação de dever cumprido; ás vezes, você iria sair da sala com aquela sensação que a aula não aconteceu. Você iria chegar em casa, iria se encolher em um canto e iria chorar. "Que besteira", eu pensei. Mais um engano, mas dessa vez nem tão doce.
Quando estou na frente da turma, me lembro de todos os professores que já passaram pela minha vida. Tudo o que eles tiveram que aguentar das turmas pelas quais eu passei, e ás vezes até de mim - e olha que eu nunca fui bagunceira nem nada parecido. Eles estavam sempre com um sorriso no rosto; ás vezes com alguns gritos.
Lembrei-me do sor Oppermann. Um grande professor de física. Lembro-me do sor com uns dois metros de altura, entrando na sala de aula. Aquela bagunça, o pessoal falando como se não houvesse amanhã. E o sor chegava, ficava parado na nossa frente, quieto. Esperando o alvoroço se acalmar. Na minha penúltima aula de estágio, passei por algo parecido. Tentei fazer o mesmo. Não rolou.
E nessa hora eu pensei que é mais fácil estar do lado de lá da sala de aula. Do lado de cá, as coisas são mais difíceis. O fardo é pesado, e lá na frente você se sente sozinha, como se tivesse que atravessar o mar vermelho apenas com uma pá de brinquedo.
Agora, fazendo o relatório de estágio e pensando sobre isso, senti que deveria agradecer àqueles que dedicam/dedicaram anos da sua vida para me ensinar. Ensinar aos meus colegas, meus primos e amigos.
Não é uma tarefa fácil, e hoje, mais do que nunca, admiro muito vocês. Dar aula é algo parecido com crescer. E ninguém cresce sem algumas dificuldades.
Obrigada, meus professores, por terem a paciência de me ensinar e ajudar a criar a Rosilene que sou hoje.

quarta-feira, 28 de março de 2012

E quando o tempo não dá?

Oi pessoal!
Depois de dois meses, aqui estou eu escrevendo novamente...
Então, venho hoje falar do tempo (ou da falta dele) em nossas vidas.
Vejo muitas pessoas falando "não tenho tempo pra isso", "não posso ir porque não tenho tempo", etc.
Antigamente, eu achava que o "não ter tempo" era muito relativo, e que nós mesmos fazíamos o tempo que precisávamos. Hoje, trabalhando durante o dia e fazendo faculdade a noite, vejo que não é bem assim.
Meu tempo resume-se a estudo, monografias, trabalhos, livros (da faculdade); contas, pagamentos e salários (do serviço). Ainda no meio de tudo isso, tenho a minha família e amigos.
Mas de uma coisa eu tenho certeza: se nós quisermos, o tempo se multiplica... A prova disso sou eu ;)

Tenham todos uma ótima semana!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Vida. A dois.

Desde o dia em que eu nasci (e provavelmente antes), eu ouço as pessoas reclamarem sobre o casamento, ou namoro. "Meu namorado não gosta disso" ou "meu marido ficou olhando para aquela vagabunda". Já ouvi muita coisa do tipo "quando vocês casarem, você vão parar de serem carinhosos um com o outro, vão cair na rotina, etc". Sinceramente? Isso é papo de quem não tem saco de cuidar do próprio relacionamento, seja o namoro, casamento, a junção de escovas, etc. Quando você convive com alguém, você tem de estar disposto(a) a dividir tudo: suas alegrias, suas tristezas, as bagunças, e, principalmente, os erros. Come on, mulheres! Vocês não vão morrer se o pobre do homem deixar a toalha amontoada em cima da cama. Existem atitudes simples que podem salvar o seu dia, como: pegue a toalha molhada e deixe do lado dele da cama. Isso não vai matá-lo e nem vai matar a você. Muitas pessoas usam a desculpa da rotina e da falta de tempo para não dar atenção ao seu(sua) parceiro(a): "oh, eu tenho filhos, eu tenho o trabalho, blá blá blá". Eu trabalho o dia inteiro e estudo a noite. Meu marido também trabalha durante o dia e a noite, estuda para concurso. Ele trabalha aos sábados e de vez em quando eu também. Ao final das contas, nós só temos o domingo? ÓBVIO QUE NÃO! Nós MORAMOS JUNTOS, PELO AMOR DE DEUS!
Antes de começar a reclamar da outra pessoa, acho que antes temos que olhar para si mesmos e perguntar-nos o que nos atraiu nesta pessoa. Isso com certeza vai fazer-nos esquecer a toalha molhada em cima da cama ou a louça que está lá acumulada :)

Uma ótima semana a todos!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Torcer.

É muito bom saber que pessoas que você não falava/via há muito tempo estão muito bem! Hoje falei com um antigo colega de escola, com quem eu tinha perdido completamente o contato. Conversamos um pouco e foi maravilhoso saber que tudo pra ele está bem. Eu torço pelas pessoas e, sinceramente, não desejo o mal pra ninguém. Muitas pessoas acham que só porque sou exigente na faculdade é porque sou chata ou pq eu sou cheia, ou pq eu sou egoísta, ou porque não tenho "coleguismo". Gente, isso não existe. Eu torço por você que está lendo, por quem está do seu lado ou em quem você está pensando. Eu espero realmente que você fique bem, que tire ótimas notas e que tudo se resolva na sua vida.
Muitas coisas que eu faço, eu não faço por mal, e tenho meus motivos. Cada um sabe o que acha que é injustiça e o que não é. O que eu não acho justo, eu não faço e pronto. Mas isso não significa que eu tenho inveja nem nada do tipo. Significa que eu quero que você se vire, do jeito que eu me viro. Porque, no final, vai ser você e você mesmo. Nem eu nem ninguém vai estar lá pra te ajudar :)

Um bom final de semana a todos!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Escrever. Dá trabalho.

Não existe coisa mais triste no mundo do que você ter de escrever uma redação sem a menor inspiração ou sobre um tema que não tenha nada a ver com o contexto da aula/realidade/qualquer outro contexto. Mesmo estando no segundo semestre de Letras, ainda tenho uma dificuldade enorme em escrever textos com "regras", como textos dissertativos (parágrafos, introdução, desenvolvimento, conclusão, amém). É a coisa mais triste do mundo quando a professora diz "escrevam um texto sobre qualquer coisa, mas que contenha a opinião de vocês". Professora, minha opinião vem fluída na mente e só Deus sabe quando vem, como é que eu vou escrever um texto com a minha opinião agora, assim, em menos de 45 minutos? Sobre o que? Como?
Daí vem a dificuldade de (quase) todos os alunos, tanto do ensino fundamental, do ensino médio, universitários ou vestibulandos. A pressão pra se escrever uma redação bem feita é enorme. Claro que é importante escrever uma redação bem feita, disso não discordo, mas veja bem: o que seria uma redação bem feita? Uma que contenha todos os parágrafos, início, meio e fim e conteúdo nenhum? Ou uma com dois parágrafos, vinda de alguém ouvindo Dancing Queen na versão do Glee, da sala de digitação da faculdade, que escreveu sobre algo que você entendeu perfeitamente?
O ensino precisa mudar. Essas milhares de "regras" precisam ser revisadas e também verificadas novamente. Se preciso, outra vez. Existem mentes brilhantes por aí, ansiosas por escrever coisas boas, engraçadas, fáceis de ler ou sérias, cheias de palavras rebuscadas, encontradas somente no dicionário. O medo simplesmente não as deixa.
Pensem nisso ;)
Uma ótima semana a todos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

O palco

Se existe algo que eu sinto (e sempre sentirei) muita falta é, definitivamente, do palco. Não existe algo mais frustrante pra alguém do que saber que o que você esperava da vida infelizmente não é assim. Desde os meus 10 anos, eu sabia o que eu queria: um palco e um público. E afinal, quem não queria isso? Ser famosa, ter fãs... Mas isso não era o que eu me movia. O que me movia era o amor, a paixão que eu tinha pelo que eu fazia. Eu comecei atuando, e descobri que era muito bom poder entrar em um personagem que, num primeiro momento, não tem nada a ver com você, mas que depois, é você. É você quem o está dando vida, as pessoas estão olhando pra você e vendo as tristezas, alegrias e angústias daquele personagem. Fiz só trabalhos escolares (os quais eu fazia de tudo para ser uma peça. Eu escrevia, atuava, dirigia, fazia tudo, se pudesse e deixassem) e uma única peça: Fragmentos de Teatro, com Julio Guedes, no segundo ano do Ensino Médio. Mais ou menos por esta época, eu descobri o Hip Hop e a arte que era dançar. Descobri que algo que fazia no meu quarto, escondida e com vergonha, dava pra ser algo que as outras pessoas olhariam admiradas. Participei de dois grupos, e nunca me importei em ficar todos os finais de semana ensaiando ou até as 3 da manhã, ou correndo atrás de divulgação pras audições. Infelizmente, esse meu amor era sempre encarado como "puxa-saquismo". Nunca me importei. Mas a gente cresce, e com isso, vem as responsabilidades. Comecei a trabalhar e tive que abandonar o Força das Ruas, o grupo que eu dancei por último, com a promessa de que um dia voltaria. Fazem dois anos que saí, e me dói muito. Saber que não vou passar a vida em cima de um palco faz com que a Rosih de 13 anos se encolha dentro de mim e diga: "Ei! Por que você não me avisou que passaria tudo tão rápido e que nossos sonhos não dariam certo?"
Mas, no meio de isso tudo, algo me deixa muito feliz. Tive que me afastar de mim mesma para poder encontrar algo que eu amo e que está dentro das condições da minha realidade. Na minha vida, vou para um palco diferente: vou ser professora. De dentro de uma sala de aula, vou incentivar meus alunos a serem protagonistas da própria vida, a serem o centro das atenções do próprio palco. E eu não passei minha vida em cima de um palco com público como eu imaginava, mas quem sabe eu não esteja incentivando alguém a fazê-lo? :)

Tenham todos uma ótima semana!